Comércio Digital: estudo aponta novas tendências
Nos próximos 10 anos, 90% do crescimento da indústria será impulsionado por companhias que investem no engajamento com o seu cliente final
Autora: Sandra Vaz
Relacionamento próximo e verdadeiro com o cliente. Este será o grande diferencial entre as empresas inovadoras e bem sucedidas daquelas que estão lutando apenas para se manter no mercado. Essa é uma das previsões mais importantes que aparecem no 8º Relatório Anual de Vendas e Marketing (8th Annual Sales & Marketing Report 2017), produzido pela Consumer Goods Technology (CGT) em parceria com a IDC.
Pode parecer clichê afirmar algo aparentemente “tão banal”, mas como o próprio editor Chefe da CGT, Peter Breen, comenta no início do relatório, “a indústria como um todo, com frequência, tem se distanciado do usuário final e focado mais nos aspectos de produção do que na satisfação do cliente”.
A pesquisa aponta que, nos próximos 10 anos, 90% do crescimento da indústria será impulsionado por companhias que investem no engajamento com o seu cliente final. Isso mostra como, mais do que nunca, o poder está na mão do cliente. Ter as melhores estratégias de marketing e vendas será crucial.
Hoje os consumidores são hiperconectados e empoderados. Desejam ter sua voz ouvida e optam por produtos que realmente façam sentido. A melhor forma de entender e atender estes clientes é investir na transformação digital. Os consumidores são a força que impulsiona a indústria, por isso eles precisam ser percebidos como a prioridade de qualquer negócio.
Apesar de falarmos muito sobre transformação digital e inovação, não podemos perder de vista que a maior parte dos produtos comercializados no mundo ainda passam pelos canais de vendas mais tradicionais. Mesmo que essa parcela esteja diminuindo frente às vendas on-line, é essencial garantir que ainda exista esse canal e que ele funcione totalmente adaptado à necessidade dos novos clientes.
A melhor performance para as transações comerciais depende da união de gestão de qualidade, efetividade das vendas e otimização para o futuro. Dessa forma, você melhora suas vendas hoje, já pensando no crescimento de amanhã. Para chegar a este nível de maturidade, o setor tem apostado em diferentes tecnologias. Internet das Coisas, mobilidade, análise de dados e Social Business são algumas delas.
Novas tecnologias
É interessante observar como cada grupo valoriza as tecnologias de modos diferentes. Em sua pesquisa, o IDC pediu para que os fabricantes apontassem qual tecnologia era mais determinante na sua estratégia de relacionamento com o varejo. Analytics foi apontado por 50% como muito importante. Em seguida temos a mobilidade para trabalhos em campo, com 9%. Social Business aparece com 5% e Internet das Coisas, com 2%.
O fato do Social Business e a IoT aparecerem com números relativamente pequenos pode indicar que os empresários não veem ainda como essas tecnologias podem alterar o rumo dos seus negócios. Mas, em pouco tempo, estes números devem mudar.
A captação de dados, para serem analisados via Big Data e Business Intelligence, já existe hoje e apresenta uma possibilidade de crescimento exponencial. Mas apenas captar o dado não leva a lugar algum. É preciso investir em qualidade de captação e interpretação. Senão, em pouco tempo estaremos capturando milhões de dados que serão simplesmente descartados. Isso é um desperdício de tempo, trabalho e dinheiro.
Vendas diretas ao consumidor
Em 2016, o IDC perguntou sobre as principais áreas de mudanças nas grandes empresas e a resposta nº1 foi a aposta em vendas diretas para o consumidor. A venda direta permite ao fabricante uma relação mais próxima com o cliente, pois ele tem acesso a jornada de compra como um todo. Além disso, se tiver o conhecimento necessário, ele pode investir em melhorias para a experiência de compra e visibilidade da marca. Dessa forma, os clientes ficam satisfeitos e as empresas conseguem aumentar suas vendas.
Essa situação pode causar certo desconforto entre fabricantes e varejistas. A questão, porém, é que ser fabricante ainda não é sinônimo de ter um preço menor ou uma melhor experiência de venda. Os dois tipos de vendas ainda devem coexistir por algum tempo.
Essa ainda não é uma tendência confirmada. As pessoas mudaram muito a forma como compram coisas, então a principal sugestão deste estudo é que as fabricantes modernizem suas operações e se preparem, o mais rápido possível, para um mundo omnichannel.
Superando as expectativas dos clientes
A empresa que apenas atender a demanda do cliente vai ficar para trás. Hoje temos consumidores muito mais antenados e cientes de sua importância. Por isso, é preciso exceder as suas expectativas, atendendo as necessidades que eles sequer sabiam que existia.
A grande missão digital para as empresas agora é criar experiências de engajamento em grande escala. As expectativas e necessidades dos clientes e revendedores devem servir como um norte para as inovações de mercado. Mas como será a implementação dessas novidades e sua eficiência é que determinará a lucratividade e competitividade de cada empresa.
Relacionamento com o cliente, engajamento, consumidores hiperconectados. Todas as ações das empresas precisam voltar a girar em torno dos clientes para o mercado crescer. E para isso, as novas tecnologias digitais como a mobilidade e a garantia de ter as informações na ponta dos dedos na frente do cliente, serão fundamentais. O que hoje, para alguns empresários ainda é “uma série de nomes complicados”, em pouquíssimo tempo será determinante para a sobrevivência em qualquer setor, o que demonstra a importância do alinhamento estratégico entre as áreas de negócios.
(*) Sandra Vaz é Chief of Sales & Marketing da MC1 Win The Market
Fonte: cio.com.br